sexta-feira, janeiro 26, 2007

Fenómeno bootcut

Devido ao profundo estado de ataraxia com que me levantei esta manhã tive tempo de tomar o peq. almoço no terraço a apanhar sol, ficar meia hora a decidir o que fazer ao cabelo (ficou solto) e outra meia a decidir o que ia vestir. Como consequência da minha actual situação em que a maioria das calças caem por mim abaixo, não me restou senão a hipótese das famosas calças a que nunca fiz bainha e também só seriam usadas após uma semana de jejum e coca-cola (conhecida por férias em Benidorm). Desencantei as botas dos recônditos sinistros da arrecadação (por acaso estavam no corredor, mas assim não é tão rebuscado) e dignei-me a sair de casa. Assim muuuuuuuuito atrasada.
Mas isto tudo é apenas para dizer que consegui uma proeza nunca antes alcançada: mal cheguei à rua para atravessar, um carrinho muito simpáico parou e deixou-me atravessar. E na rua seguinte também. E na outra. E na outra. Na verdade, não são assim tantas até à escola. A questão é que o irritante toc toc fez com que os gentis condutores me cedessem a passagem.
Claro que a meio da tarde comecei a não achar a mínima piada e estive mesmo para pedir o livro de reclamações a um trolha em Costa Cabral. Acabei apenas a avisá-lo que o meu advogado o iria contactar futuramente relativamente a um processo de assédio sexual.
Um dia mais tarde quando for uma cirurgiã famosa com casinha com piscina e aquecimento no chão, uma casa nos verdes prados vicejantes dos Hamptons, uma casa para a badalhoca da minha irmã assim mesmo ao pé de mim e tiver oferecido pelo menos um carrito a quem me apetecer, dedico-me à investigação. Tese: O fenómeno dos high heels no cérebro masculino.
Não sei se perceberam mas o conteúdo altamente fútil deste chorrilho idiota de palavras (apesar de estar com um elevadíssimo nível linguístico) deve-se simplesmente ao meu profundo estado de ataraxia. Até sinto o pulsar da Terra.

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